quarta-feira, 7 de novembro de 2007

ENTREVISTA - MARKETING ESPORTIVO

Por Marcello Collodoro

Como já sabemos, o marketing esportivo tem um papel fundamental no crescimento de uma entidade esportiva. Porém, por falta de investimento neste setor, muitos clubes brasileiros se encontram e um poço de dívidas.

Um planejamento bem elaborado pode, de médio a longo prazo, trazer lucro ao clube, como explica o Diretor de Marketing do São Paulo Futebol Clube, Orandi Mura, 55, em entrevista concedida a equipe Chute no Gol.


O senhor acha que os clubes brasileiros exploram bem o marketing esportivo?

Os clubes em geral não exploram porque isso é reflexo de uma boa base de diretoria, que divide o clube em departamentos, entre eles o marketing. Mas tem clubes que não sabem explorar, colocam curiosos no cargo de marketing.


A mega loja construída pelo São Paulo no estádio do Morumbi pode ser considerada um avanço para a realidade do futebol brasileiro?

Para o Brasil sim, para a Europa não; lá, a maioria dos clubes possui essa estrutura já faz algum tempo, mas eles vivem em outra realidade, o público é outro, o dinheiro é outro.

O Brasil tem demonstrado interesse em sediar tanto a Copa do Mundo de 2014 quanto as Olimpíadas de 2016, o senhor acha que o país tem condições de sediar? Qual estratégia de marketing seria mais viável para promover estes eventos de grande porte?

Para realizar uma copa do mundo é preciso ser o mais perfeito possível dentro das normas que a FIFA exige. Eles nos enviam um caderno com uma série de exigências que devem ser completamente seguidas, se alguma estiver mais ou menos já não serve. Essa idéia de sediar outra copa motiva o brasileiro, mas é preciso fazer uma campanha de conscientização uma coisa gigantesca que deve ser feita.


E o que o senhor acha que está faltando no Morumbi? Por exemplo para a Copa de 2014?

O que falta no estádio é um estacionamento, porque para receber um grande público, o local precisa de estrutura.

Outro problema do São Paulo e de todos os clubes do Brasil é a venda de ingressos. O formato adotado pelos clubes brasileiros não funciona. O São Paulo está pensando na possibilidade de lançar um cartão no mesmo formato dos cartões de crédito. O programa funcionaria assim: o torcedor adquiriria o cartão, escolheria os jogos de seu interesse e compraria os ingressos através do caixa eletrônico. Quando chega ao estádio, o torcedor já tem o seu cartão e só precisa passar em uma máquina, isso tornaria o acesso aos jogos mais fácil e acabaria com todo o sofrimento que o torcedor passa para adquirir os ingressos.


No que os clubes brasileiros, como, por exemplo, o São Paulo se baseiam para criar uma boa estratégia de marketing?

Nós vemos o que é bom para o torcedor, é bom para o clube, é bom pros patrocinadores, o que é bom para todo mundo.


Recentemente foi realizado o Pan-americano no Rio de Janeiro, o senhor acha que o projeto de marketing do Pan foi bem elaborado?

Creio eu, que nada aconteceu de desagradável para as delegações estrangeiras que estiveram no Pan, então foi uma estratégia bem elaborada.


Qual a importância dos patrocinadores no marketing esportivo para o São Paulo?

Eu necessito dos patrocinadores porque os meus jogadores, os meus ídolos, custam caro. Eu só com a renda que eu tenho no São Paulo, eu não consigo cobrir esses gastos.

Qual é o principal fator da longevidade da parceria do São Paulo com a LG? Por que isso não é muito comum no Brasil.

A base do clube é a melhor justificativa para a longevidade da parceria, uma empresa precisa de uma diretoria forte para dar suporte ao resto da equipe que a compõe. Se uma instituição tem uma péssima diretoria ninguém vai querer patrociná-lo, o cliente quer algo que tenha uma boa imagem.


O São Paulo investe no marketing desde quando?

Cerca de vinte anos, desde a década de 80.

Recentemente o São Paulo fechou com a Warner, o que ambas as partes pretendem
conseguir com essa parceria?

A Warner tem um arco dos clubes que ela trabalha como Barcelona, Manchester, Inter de Milão, clubes grandes que são patrocinados pela Nike. Ela sempre queria o São Paulo, achava o time paulista um clube que tem futuro, mais tinha um problema, porque quem patrocina o São Paulo é a Reebok, então a parceria não era concretizada porque o Warner só tinha times do fornecedor Nike. Aí depois de conversas e conversas, decidiram abrir esta exceção e fecharam com o São Paulo. Isso é uma situação nova para gente, nenhum clube da América do Sul tem essa parceria com eles.

2 comentários:

Unknown disse...

nossa.. genial essa entrevista.
como conseguiram??
hahahahaha

Kauê Vieira disse...

isso que é entrevista!